O Sal

Aquilo que nos queima, inflama, transcende,
Tende a ficar e instalar-se mais depressa, 
Sem pressa de ir embora. 

É como uma força centrípeta 
Que nos arrasta para o meio das coisas, 
Para o centro do mundo, 
Para o olho do furação.

É como um tesouro escondido,
Jóia de família ou miragem,
Que nos deixa tonto,
Exposto no palco da vida,
Sob os olhos atentos dos transeuntes.

É preciso colar os caquinhos, abrir o peito.
Curar a ressaca. Todos os dias. Eu sei. 
Mas por que fugir, se entregar-se é a melhor saída?   

[Onde se compra perspectivas novas?]

Adoro as paixões e todas as sensações que elas me trazem.
Elas me evocam, seduzem e me fazem partir para outro chão,
Fazendo de mim moradas novas, 
Estadas na música e no mar,
Todas cheias de energia e muito som.

Keep Walking!