terça-feira, 21 de fevereiro de 2012
Depois de "O Invisível"
Deve ser os rabiscos que o tempo imprime,
As rugas, as pérolas, a vaidade, a saudade.
As nuvens que passam, que mudam e que migram...
A soberania do sol sobre a lua.
Deve ser a magia das notas musicais,
A beleza das canções que ouço, toda a arte que assisto.
Os lampejos que despem a minha alma, meu corpo
E indicam a fundo quem eu sou de verdade.
Deve ser o cheiro da terra, os pingos da chuva,
Ou o gosto do vinho tinto.
As histórias que conto, as pausas que faço,
Ou o badalar dos sinos nas igrejas católicas.
Deve ser o medo do que eu não conheço.
Os beijos, os anseios, os planos e projetos, o apego.
A despretensão de não impor um modo de vida,
Mas de apenas descrever um.
Dever ser tudo isso, um monte de coisa e muito mais,
Que me faz ficar e não querer que o outro vá embora.
Não aprendi a lidar com portas fechadas, cortinas, fumaças,
Roupas escuras, salas vazias, a morte.
Por isso fico e aguardo o que me reserva a boa sorte.
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Tantas coisas belas que têm que conviver com portas fechadas, vazios, escuros... parece tão antagônico e talvez esse seja o viver.
ResponderExcluirBeijo
Pois é! A vida tem dessas coisas, mas ainda assim, amo esse lugar, esse chão... Amo ser mortal, respirar, estar vivo.
ExcluirPois é Sandes,
ResponderExcluirPor ansiar por tanta liberdade é que um dia o nosso espírito foge dessa velha carcaça, tão limitada, tão "inha".
Acho que o ser humano normal é avesso a tudo que prende, tudo que escurece, tudo que definha e essa coisa chamada morte. Tão temível e tão certa.
Tanta beleza nas coisas simples, tanta simplicidade nas coisas grandiosas. Na verdade a vida seria muito mais simples, se nós aceitássemos o impossível e víssemos o invisível...
Para pessoas lindas de alma como você, a sorte é mãe!
Beijokas doces!
Eu nunca quis morrer, e não sei o que será de mim quando eu me for. O que sei é que quero e gosto de estar aqui.
ExcluirOi,Sandes!td bem?saudades de vir aqui te ler.
ResponderExcluirAh esse aguardar é o que me mata, esperar pela boa sorte isso as vezes me parece tão difícil,mas há momentos na vida que não resta mais nada a não ser esperar.
Beijossss
Ah! Minha querida Sibele, as saudades são minhas também. (...) O aguardar não me incomoda não, o que me deixa louco e apreensivo é a certeza do fim. Ah! Eu detesto a morte.
ExcluirE a boa sorte está à espreita, Sandes, querido, pode estar certo...
ResponderExcluir;)
Bjs enormes!