Meu blog não é um diário. Nunca pensem ser tudo o que escrevo, uma tentativa de autobiografia. Há muita mentira no que conto. Minto sim, descaradamente, para que a vida não seja tão cinza. Quero que vocês fiquem sabendo disso para que eu possa me sentir mais à vontade com as várias personas, com os vários narradores, com os diversos eu líricos, com as mais insuspeitadas mentiras que tenho vontade de contar. Assim, poderei fazer disso aqui, finalmente, um confessionário às avessas; dizendo muitas verdades no despistamento da mentira. Sei que muita gente que me lê no Meio Desligado não me conhece pessoalmente. Isso não faz diferença: Eu não tenho vergonha, ou receios contínuos. Sou um homem feito já. Com barbas na cara há muito. E estou exposto. Claro, por vontade própria, mas exposto. Por isso preciso da cumplicidade literária: para me livrar do peso da confissão. Acreditem: nem tudo que eu conto aconteceu de fato. Uso um adorno, uma virgulazinha a mais, uma metáfora mais límpida ou mais cruel, ao meu gosto, para que isso aqui nunca venha a ser o diário da Luluzinha.
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