Todo mundo, pelo menos uma vez na vida, já sofreu por amor. E por mais incrível que me pareça, a história é sempre a mesma para todos e costuma se repetir com uma frequência vertiginosa. A gente conhece alguém, e como quem não quer nada, vai analisando o terreno, para ver até onde pode pisar, até adquirir confiança. Então, quando isso finalmente ocorre, nos entregamos de corpo e alma à relação, pensando ter o controle dela. Ledo engano, pois num belo dia, quando menos esperamos, levamos um tombo e caímos do cavalo. Aí, como na velha canção, começamos a maldizer o lar, a sujar o nome do outro e a humilhá-lo para nos vingarmos a qualquer preço. [Já assisti a esse filme] Quem inventou a paixão foi um sujeito muito esperto, porque cuidou de colocar em seu invento a dose exata de um certo feitiço capaz de nos deixar cegos, surdos e loucos pelo ser amado. Ficamos tão atordoados e dependentes que não conseguimos enxergar seus defeitos, nos atendo apenas às qualidades. Atire a primeira pedra aquele que nunca amou, que nunca sofreu ou se apaixonou. Que deixou de viver a própria vida para viver em função do outro. Que após um rompimento chegou a pensar que jamais encontraria alguém especial ou que se permitiria sentir aquele friozinho na barriga de novo. O problema da paixão é exatamente esse. Esquecemos que a pessoa amada tem ideias e vontades próprias. Queremos que o outro decida por nós, respire por nós e viva por nós. Quando isso não ocorre, e levamos um dolorido e expressivo chute na retaguarda, é que paramos para refletir no quanto fomos omissos e negligentes com nós mesmos. Quando estamos no fundo do poço, tentando entender o que deu errado na relação tão promissora, é que percebemos que quando nós não nos amamos e não nos respeitamos, torna-se muito difícil o outro nos dar o valor que merecemos. Nesses momentos é que percebemos que a decepção não foi no outro, mas na idealização e imagem que fazemos dele. E como controlar a dor e a sensação de ter sido enganado, mesmo sabendo que elas advêm da elevada projeção que fazemos daquele relacionamento? É duro ver o nosso castelo implodido. Despedir-se de um amor, é despedir-se de si mesmo. É o fechamento de uma história que terminou, externamente, sem nossa concordância, mas que precisa também sair de dentro da gente.
Hum... isso diz tanto para/de mim... mas deixa pra lá. Bem dizia vovó (ela adorava uns ditadinhos) "não há dor que dure a vida toda". Quanta verdade em uma frase tão simples...
ResponderExcluirRealmente, Fafá. Em tudo há uma aprendizagem. Infelizmente temos q passar por momentos ruins para nosso crescimento tb. Já me desiludi, não só no amor, e pensei em não acreditar em mais ninguém, mas não seria justo comigo e com os outros q chegassem depois.
ResponderExcluirVale lembrar outro ditadinho (ih, tô parecendo vovó... rs): "o que não nos mata, fortalece".
ResponderExcluirTenho certeza que nada em nossa vida é em vão. A grande arte é justamente tirarmos lição dos problemas e tornar as nossas dores parte do processo de reconstrução de nós mesmos.
Pode apostar: tudo passa!