sábado, 27 de março de 2010

Canibália



Canibália, o novo disco da Daniela Mercury está muito massa! Gostei logo a primeira vista, na loja, pois o disco apresenta uma novidade. Cinco capas diferentes, que, confesso, foi difícil escolher qual comprar. Ouvi no som do carro mesmo, e gostei logo na primeira audição. A sonoridade lembra um pouco a do álbum Sol da Liberdade, gravado em 2000, já as canções, algumas compostas pela própria Daniela e por seu filho Gabriel Póvoas, estão no melhor estilo Balé Mulato, gravado em 2005. Sempre considerei a Daniela Mercury a mais ousada das cantoras de Axé Music, e com este disco ela prova que não tem medo de inovar, ao gravar O que é que a baiana tem, de Dorival Caymmi, utilizando o fonograma original do álbum de Carmem Miranda, publicado pela EMI, no ano de 1939. Nesse dueto com Carmem Miranda, as duas cantan no mesmo tom, unidas em um trabalho de mixagem impecável. Na faixa Oyá Por Nós, na qual divide os vocais com Margareth Menezes, a batida eletrônica é sampleada da legítima percussão baiana, mostrando como tradição e inovação podem se dar muito bem dentro de um mesmo trabalho. Já ouvi o disco e posso afirmar que é um álbum de primeira linha com samba reggae, trance, axé, enfim tudo bem misturado e temperado pelo talento, experiência e ousadia de quem optou por trilhar uma carreira marcada pela independência artística. Canibália traduz toda a ginga, baianidade e brasilidade dessa grande cantora, considerada rainha do Axé baiano.


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