segunda-feira, 5 de julho de 2010

O que fizeram dos cabelos de Perseu?

Perseu - 1981

Perseu - 2010


Quem foi que falou que eu curto remakes? Quinta-feira passada eu fui ao cinema com a Jéu, minhas irmãs e meu cunhado assistir a nova versão do longa metragem Fúria de Titãs. Admito que eu já fui para o cinema preparado para o pior e sabendo que me decepcionaria com o resultado. E não deu outra. Ora! Cá pensei: Por que com esse filme seria diferente se no remake da telenovela Anjo mau, a babá Nice vivida pela Glória Pires, protagonista da trama, sobreviveu ao parto complicado no último capítulo exibido em 1998, diferentemente do final trágico da primeira versão, exibida em 1976, em que ela morre após dar a luz ao filho do Rodrigo Medeiros, arrasando com a fantasia do público de telenovelas brasileiro, que espera sempre por finais felizes com direito a muito beijo na boca entre os pares românticos e, lógico, casamentos coletivos? Dito e feito. O enredo do filme foi grotescamente alterado a ponto de serem excluídos personagens centrais, fundamentais à trama original como o perigoso Calibus, e de serem criados outros tão mal desenvolvidos que até agora não sei bem porque estavam lá, como os Jhins, por exemplo. O novo Fúria de Titãs de Louis Leterrier fica devendo àqueles que, como eu, exigem dos filmes de ação algo mais que cortes rápidos e lutas vertiginosas. Os roteiristas estragaram o que poderia ter sido um novo clássico, aguardado com tanta ansiedade pelos fãs do original, que é um verdadeiro clássico da "Sessão da Tarde". Leterrier pegou do longa de 1981 apenas a história básica: um embate entre deuses e humanos, liderados pelo todo-poderoso Zeus, e o sacrifício da bela princesa Andrômeda para que Argos não seja devastada pelo monstruoso e colossal titã chamado Kraken. Os novos personagens criados para o filme são totalmente dispensáveis e na tentativa de dar ao gênero, alguma novidade e mulheres fortes, os roteiristas deslocam o interesse romântico de Perseu (que originalmente seria Andrômeda) para Io, humana amaldiçoada com a imortalidade, que age como guia do guerreiro em sua jornada e que não existe na 1ª versão. Em minha opinião, reside aí um dos maiores equívocos dos roteiristas. Onde já se viu mudar o par romântico da trama se é por Andrômeda e Argos que Perseu arrisca a própria vida? Io surge sem aviso, convence Perseu de sua divindade rapidamente e é aceita pelo grupo sem questionamentos. Como nenhum personagem é suficientemente desenvolvido e como todo o texto se apoia sobre a ideia de sacrifício, fica difícil lamentar o destino de Andrômeda, afinal, ela teve apenas uma cena para ser apresentada e a impressão que predomina É: Matem-na e salvem Argos logo de uma vez, ora bolas! Quanto ao Poseidon, é melhor eu nem falar sobre ele, pois o pobre do Danny Huston aparece apenas 10 segundos em cena, quase imperceptível. Sem comentários... Com ótimos valores de produção o novo Fúria de Titãs poderia ser um clássico instantâneo, como já disse anteriormente. Mas o descaso de Leterrier e o roteiro fraquíssimo reduziram o filme a uma bela sucessão de quebra-paus. Ao menos isso o diretor soube fazer com estilo(justificando o ingresso para alguns). O Fúria de Titãs originalmente lançado em 1981 e produzido por Ray Harryhausen é um épico maravilhoso, com um universo riquíssimo e duradouro. Não há quem tenha visto o filme em sua infância que não se recorde da corujinha dourada de Atena ou da maneira como Perseu decapitou a Medusa. De qualquer maneira, fica o lamento pelo que esse novo embate de figuras mitológicas poderia ter sido. E quanto aos cabelos do Perseu? Bem, isso é o que menos importa agora. A pergunta é: O que fizeram da Andrômeda, porque na versão original ela casa-se com o Perseu, já nessa agora, ela sequer aparece após o fim do temido Kraken, rsrs... Quer saber? A minha noite não foi totalmente perdida. Após o cinema nos juntamos à Fá e a Dani e comemos pizzas no Maria Machadão. Hum... Bem que eu poderia não ter ficado só na pizzaria. Eu deveria era ter tomado um porre para esquecer o filme, né não? Fala sério!

2 comentários:

  1. Foi assim que me sentí ao assistir Alice no País das Maravilhas, com a sorte de não ter pago rs!
    Tim Burton dá ao filme um tom mais aventureiro do que fantástico, mais O Senhor dos Anéis e menos a Alice da Disney rs!
    É um filme frio e sem sentido algum, filme adulto e olha que até eu que sou adulta não entendi bulufas rs!!
    Prefiro a versão antiga!!

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  2. Talvez vcs tenham ido com muita "sede ao pote"rs Imagine se tivessem assistido pela primeira vez,vcs iriam achar o must, como foi o caso de Lalinha q adorou o filme. Eu, q já não lembrava muito do filme anterior, tb achei legal. A parte q veio depois, com certeza foi bem melhor. Contamos tantos casos, q nem vimos a hora passar. Bom assim, qdo não programamos as saídas.

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